O aumento de preços no Brasil está pesando no bolso dos consumidores e, infelizmente, não tem data para acabar.
Se você também leva um susto toda vez que vai ao mercado, abastece seu carro ou precisa comprar um botijão de gás, saiba que vários fatores estão por trás dessa situação.
Na realidade, estamos enfrentando crise sobre crise no país desde o começo da pandemia, passando pela desvalorização da moeda, escassez no mercado interno, instabilidades políticas, uma alta histórica da inflação e ainda a falta de chuvas.
Nos tópicos a seguir, vamos explicar por que está tudo tão caro e ajudar você a proteger seu dinheiro em tempos de aumento de preços:
Mesmo com a vacinação avançando e o número de casos caindo, vários fatores continuam impactando a inflação e reduzindo o poder de compra dos brasileiros.
A estimativa é que a inflação oficial do país — medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — termine 2021 em 7,11%, segundo dados do Banco Central.
Esse índice é considerado muito alto e bastante distante da meta do governo, que é de 3,75% com intervalo de tolerância entre 2,25% e 5,25%.
Certamente você está sentindo essa diferença no bolso na hora de ir ao supermercado, de abastecer o carro ou de pagar a conta de luz, por exemplo.
E não é tão simples explicar a situação, pois não existe uma causa única, mas um conjunto de variáveis que se combinaram e estão provocando o aumento de preços.
Como se não bastasse a inflação disparando em vários produtos, o real vem perdendo cada vez mais valor diante do dólar. Além disso, o desemprego segue em alta, freando o consumo, e estamos enfrentando uma crise hídrica.
A seguir, vamos entender melhor esse cenário.
Confira os principais motivos para esse aumento de preços histórico:
O Brasil, por outro lado, seguiu exportando com força para aproveitar a oportunidade no mercado externo. Como resultado, a oferta doméstica reduziu e se tornou maior do que a demanda, empurrando ainda mais os preços para cima.
Já o petróleo teve um aumento global dos preços devido a uma maior demanda pós-quarentena. E, na mesma época, a Petrobras passou a seguir o comportamento dos preços internacionais, orientando-se pelo chamado Preço de Paridade Internacional (PPI).
Um dos grandes motivos para isso foi a saída de capital estrangeiro do país, que se tornou um mercado pouco seguro na visão dos investidores devido à crise econômica e política.
Hoje, vivenciamos um momento de instabilidade entre os três poderes e um aumento do risco fiscal devido aos gastos públicos na pandemia.
Tudo isso afasta os dólares do país e agrava a questão da oferta interna, pois os produtores veem mais vantagem em exportar do que em atender o mercado doméstico.
A falta de chuva provocou quebra de safra em importantes regiões produtoras e afetou a cultura do café, da laranja, do milho, da soja e do açúcar.
Como essas commodities também servem de insumos para rações usadas na indústria de aves, suínos e bovinos, elas pressionaram o preço das carnes.
Além disso, a seca reduziu os níveis dos reservatórios em hidrelétricas importantes e obrigou o país a acionar suas termelétricas, que são muito mais caras, resultando no aumento da conta de luz.
Aqui explicamos mais detalhes sobre os motivos para a conta de luz estar mais cara.
Essa forte alta é explicada pela valorização do preço da soja, que subiu 63% em 2020.
No ano, o combustível acumulou uma alta impressionante de 31,09%. O principal motivo para esse aumento de preços é justamente a desvalorização do real que vimos acima, já que o petróleo está atrelado ao valor do dólar.
Além de encarecer o abastecimento dos veículos, essa alta de combustíveis também aumenta os preços do transporte público e dos fretes, em um efeito cascata que atinge diversos produtos que consumimos diariamente.
O novo valor representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à bandeira vermelha patamar 2 (de R$ 9,49 por 100 kWh). A nova bandeira ficará em vigor até 30 de abril de 2022.
Os principais motivos para a inflação do produto são o aumento das exportações e o encarecimento das matérias-primas usadas na alimentação dos animais. Para você ter uma ideia, o milho e a soja compõem 70% dos custos de produção da indústria da carne.
Logo, uma alta nas commodities significa uma subida de preços da proteína animal para o consumidor.
As famílias pobres foram as mais afetadas pelo aumento no preço dos alimentos, pois comprometem a maior parte de sua renda no supermercado.
Esse foi outro golpe duro no bolso dos mais vulneráveis, visto que precisam gastar mais de 10% do salário mínimo com ele.
Veja dicas para superar essa fase difícil da nossa economia.
A dica é acompanhar a inflação, ver quais itens estão mais em conta no supermercado e mudar um pouco o cardápio da semana.
Por exemplo, muitas pessoas têm comido mais carne suína, ovos e alguns vegetais menos atingidos pela inflação.
Lembre-se: comprar tudo no mesmo lugar sempre sai mais caro, especialmente no supermercado.
A dica do momento é buscar títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA ou ativos atrelados ao dólar, como fundos cambiais.
Mas antes aprenda a investir para não correr o risco de perder dinheiro.
Nossa sugestão é usar a nossa planilha de gastos gratuita. Ela está pronta para ser utilizada, é só baixar uma das versões e começar a preenchê-la. Todos os cálculos são feitos automaticamente, então você não precisa se preocupar com isso.
Entendeu o cenário de aumento de preços no Brasil e como ele impacta seu bolso?
Conta para a gente nos comentários se você sabia que existiam tantos motivos para essa crise.
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