Seguro de carro alcança 30% da frota do Brasil e ganha novas versões na pandemia


Se tem uma coisa que o brasileiro gosta é de carro. Muitos têm uma relação até de apego com o veículo, e é por isso que, logo após o prazer de comprar um e de retirá-lo na concessionária — ainda mais se for um 0 km, com aquele cheirinho de novo e os plásticos ainda nos bancos —, vem a preocupação: e se ele for roubado? E se alguém bater nele?

“O seguro auto é um dos poucos que é comprado, não vendido. O seguro de carro e o de saúde são as pessoas que procuram, pois têm o interesse de contratá-los”, afirma Manes Erlichman, vice-presidente e diretor técnico da Minuto Seguros. “Seja pela criminalidade seja pelos acidentes, as pessoas procuram o seguro auto para contratar”.

Erlichman diz que, apesar de o Brasil ainda não ter uma cultura de seguro disseminada, as pessoas têm uma preocupação adicional com o carro. “A população é sensível ao que está mais exposta ao risco. Embora a casa e a vida sejam muito mais importantes que o carro, o carro está na rua o tempo inteiro e as pessoas acham que o veículo está mais exposto do que ela própria ou a sua casa”.

É por isso que o seguro de carro é um dos que têm maior penetração no país. Na Minuto Seguros, uma corretora on-line, mais de 95% dos seguros contratados são para carros. Na Youse, uma insurtech 100% digital, são mais de 90%. Ainda assim, apenas 30% da frota é segurada no Brasil (cerca de 20 milhões de veículos).

Uma das explicações para esta baixa penetração pode ser a idade da frota brasileira: mais da metade tem mais de dez anos. Isso pode explicar também o surgimento e o crescimento da “proteção veicular”, um serviço que é mais barato mas não é um seguro nem regulado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). “A atuação dessas associações é objeto de amplo e firme combate”, afirma a Susep.

Mas nem sempre é fácil contratar um seguro de carro — ainda mais se for a sua primeira vez. “Seguro é algo complicado e muitas vezes a pessoa não olha os detalhes. Tem de tomar cuidado”, diz Luciano Romano de Ávila, um dos sócios-fundadores do Piquenique Seguros.

“Seguro você usa todo dia e muitas vezes não percebe. Você usa o seguro todos os dias para saber que está tranquilo e que está coberto se algo acontecer”.

Para piorar o cenário, os preços dos carros novos e até usados disparou na pandemia — e encareceu os seguros veiculares, pois as seguradoras sofreram com essa valorização. Esse movimento afetou os resultados das empresas, que estão repassando esse custo aos clientes: o preço do seguro veicular subiu 3,48% apenas em maio e já acumula alta de 18,24% em 2022, segundo o IBGE.

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