Nos últimos dias, venho acompanhando de perto o comportamento das ações da Amazon, e confesso: é impossível não sentir uma mistura de curiosidade e ansiedade. Sempre que a empresa está prestes a divulgar seus resultados trimestrais, o mercado entra em um verdadeiro estado de expectativa — e, desta vez, não foi diferente. As ações da Amazon (AMZN) recuaram antes dos ganhos esperados para quinta-feira, e como investidor e observador atento do mercado de tecnologia, decidi compartilhar aqui minha visão pessoal sobre o que pode estar por trás desse movimento e o que esperar daqui para frente.
Quero que este texto seja mais do que uma análise fria de números. Quero conversar com você como se estivéssemos lado a lado, tomando um café, discutindo sobre o que faz essa gigante do e-commerce — e agora também da inteligência artificial e da computação em nuvem — oscilar tanto antes de um evento tão importante.
E, claro, quero te ajudar a entender o que esse momento pode significar, tanto para quem já investe em Amazon quanto para quem está apenas observando de fora.
O clima antes do anúncio: expectativa e cautela
Antes de cada divulgação de resultados, o mercado passa por uma espécie de “ritual”: rumores, projeções e opiniões de analistas tomam conta das manchetes. No caso da Amazon, isso é ainda mais intenso, porque estamos falando de uma das empresas mais influentes do mundo.
Mas por que as ações estão recuando antes da divulgação dos ganhos?
Na minha experiência acompanhando o mercado, essa retração geralmente indica cautela dos investidores. Muitos preferem realizar lucros antes do anúncio, principalmente quando o papel já teve uma boa valorização recente. E, de fato, a Amazon vinha em uma trajetória positiva nas últimas semanas, impulsionada pelo otimismo em torno da AWS (Amazon Web Services) e pelos avanços da empresa no campo da inteligência artificial generativa.
Então, quando vemos o preço cair nos dias que antecedem o relatório, não significa necessariamente que o mercado “perdeu a fé” na empresa. Muitas vezes, trata-se apenas de uma pausa estratégica — um respiro antes do próximo grande movimento.
Um olhar mais profundo sobre o desempenho recente da Amazon
Para entender o momento atual, é importante olhar para o que aconteceu nos últimos trimestres.
A Amazon vem de um ciclo de recuperação bastante sólido. Depois de enfrentar um 2022 desafiador, com custos logísticos elevados e um consumo mais fraco, a empresa voltou a surpreender positivamente em 2023 e 2024. A divisão de varejo se mostrou mais eficiente, e o segmento de computação em nuvem (AWS) voltou a crescer a um ritmo consistente.
Segundo os relatórios anteriores, a receita total da Amazon ultrapassou os US$ 143 bilhões no último trimestre, um aumento de quase 10% em relação ao ano anterior. Além disso, o lucro líquido mais do que dobrou, impulsionado pela redução de despesas e pela melhora das margens operacionais.
Esses números, por si só, mostram que a Amazon soube se adaptar ao novo cenário econômico — um feito que nem todas as Big Techs conseguiram manter com a mesma eficiência.
Mas há algo que me chama atenção: o mercado está cada vez mais exigente. Mesmo com resultados fortes, qualquer sinal de desaceleração (principalmente na AWS) pode gerar uma reação negativa imediata nas ações.
AWS: o coração da Amazon (e o centro das atenções)
Se há uma parte do relatório da Amazon que todos esperam ansiosamente, é o desempenho da AWS, a divisão de nuvem.
Afinal, essa unidade representa não apenas a maior parte do lucro da empresa, mas também o setor mais estratégico para o futuro. É aqui que a Amazon compete de frente com gigantes como Microsoft Azure e Google Cloud — e é aqui também que entra o elemento mais quente do momento: inteligência artificial generativa.
Nos últimos meses, a Amazon intensificou seus investimentos em IA, anunciando parcerias e novos produtos voltados para clientes corporativos. O Amazon Bedrock, por exemplo, tem sido uma das grandes apostas para oferecer soluções de IA em larga escala, permitindo que empresas treinem e implementem modelos de linguagem de forma simplificada.
Mas o mercado quer ver resultado. E é justamente essa expectativa que gera tanto nervosismo.
Será que a AWS está conseguindo transformar esses investimentos em crescimento real?
Será que a margem operacional vai se manter em alta, mesmo com os novos gastos em infraestrutura e chips de IA?
Essas são as perguntas que todo investidor está se fazendo agora — e que eu também me faço.
O papel da IA na nova fase da Amazon
Uma coisa que aprendi acompanhando empresas como Amazon, Microsoft e Nvidia é que o mercado de IA ainda está em uma fase de “validação”. Os investidores querem saber não apenas quem está desenvolvendo tecnologia, mas quem está monetizando essa tecnologia.
No caso da Amazon, há um grande diferencial: ela pode integrar a IA em praticamente todos os seus negócios.
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No varejo, a IA ajuda a prever demanda e otimizar estoques.
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Na AWS, ela oferece soluções para clientes corporativos.
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Na Alexa, melhora a interação com o consumidor.
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E até no streaming, com a Prime Video, pode ser usada para recomendações mais inteligentes e controle de custos.
Isso significa que, a longo prazo, a Amazon pode colher frutos exponenciais desses investimentos. Mas a curto prazo, essas iniciativas ainda pressionam o caixa e levantam dúvidas sobre o ritmo de retorno.
Por isso, quando vejo as ações recuando antes do anúncio, interpreto como um reflexo do equilíbrio entre otimismo e prudência: os investidores acreditam no potencial, mas querem ver resultados concretos.
E o varejo? A engrenagem que nunca para
Embora a AWS seja a estrela do show, o varejo online continua sendo a alma da Amazon.
Durante a pandemia, o comércio eletrônico explodiu — e, quando as coisas voltaram ao normal, muitos analistas previram uma desaceleração forte. No entanto, a Amazon conseguiu manter uma base sólida de consumidores, impulsionada pelo ecossistema Prime, pela logística imbatível e pela expansão internacional.
Hoje, a Amazon não é apenas uma loja. É uma plataforma de consumo integrada. Você pode comprar um livro, assistir a um filme, pedir uma refeição, ouvir música e ainda usar a nuvem — tudo no mesmo ambiente.
Essa integração é o que torna a empresa tão resiliente, mesmo em períodos de inflação alta e consumo mais contido.
Ainda assim, há desafios. O aumento dos custos de envio, as mudanças no comportamento do consumidor e a concorrência crescente (especialmente da Temu e da Shein) fazem com que o crescimento no varejo não seja mais tão automático quanto antes.
O que os analistas estão dizendo?
Pesquisando as últimas análises de mercado (e lendo alguns relatórios de bancos como Morgan Stanley e JP Morgan), percebi um ponto em comum: a confiança na Amazon é alta, mas o curto prazo é incerto.
Alguns analistas preveem que a empresa apresentará resultados sólidos, com crescimento de dois dígitos e margens melhores. Outros, porém, alertam que a desaceleração do consumo nos EUA e o aumento dos investimentos em IA podem pressionar os lucros no trimestre.
Em outras palavras, o consenso é positivo, mas a volatilidade é esperada.
E se há algo que aprendi nesses anos acompanhando o mercado é que expectativas altas também aumentam o risco de decepção. Mesmo um pequeno desvio das projeções pode gerar quedas significativas no curto prazo — principalmente quando as ações já subiram muito.
Pergunta que muitos fazem: “Vale a pena comprar Amazon antes dos resultados?”
Essa é uma das dúvidas mais comuns — e honestamente, uma das mais difíceis de responder.
Na minha opinião pessoal, depende do perfil do investidor.
Se você pensa a curto prazo, entrar antes de um relatório de ganhos pode ser arriscado. O mercado pode reagir de forma imprevisível, mesmo diante de bons números. É o típico caso do ditado de Wall Street: “Compre o rumor, venda a notícia.”
Mas se você está olhando para o longo prazo, o cenário muda completamente.
A Amazon continua sendo uma das empresas mais inovadoras e dominantes do planeta. Seu modelo de negócios é diversificado, escalável e sustentado por um ecossistema difícil de replicar.
Portanto, quem acredita no futuro da nuvem, da IA e do e-commerce global, encontra na Amazon uma aposta sólida — ainda que o preço das ações oscile no curto prazo.
Histórico de reações: o que costuma acontecer depois dos resultados
Outro ponto interessante é observar o histórico recente das ações da Amazon logo após as divulgações de resultados.
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Em 2023, a ação subiu mais de 8% após o segundo trimestre, quando a empresa surpreendeu com margens acima do esperado.
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No trimestre seguinte, caiu cerca de 5%, mesmo com bons números — porque o mercado esperava ainda mais.
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E, em 2024, vimos uma reação mista: avanços após relatórios fortes e correções rápidas nas semanas seguintes.
Essa montanha-russa mostra como o mercado reage não apenas ao que a Amazon entrega, mas ao que ela projeta. As previsões para o próximo trimestre (guidance) são, muitas vezes, mais importantes do que os resultados em si.
Então, mesmo que a empresa reporte lucros sólidos, tudo pode mudar dependendo do tom adotado por Andy Jassy (CEO) durante a conferência de resultados.
Um simples comentário sobre “aumento de investimentos” ou “desaceleração temporária” pode desencadear fortes movimentos no preço das ações.
A influência do cenário macroeconômico
Outro fator que não dá para ignorar é o contexto macroeconômico.
As taxas de juros elevadas nos Estados Unidos ainda exercem pressão sobre o setor de tecnologia. Quando o custo do dinheiro sobe, o mercado tende a reduzir a exposição a ações de crescimento — como Amazon, Alphabet e Meta — e migrar para investimentos mais seguros.
Além disso, o comportamento do consumidor americano tem mostrado sinais de moderação. Com a inflação ainda acima da meta e o crédito mais caro, há um impacto direto sobre o e-commerce e os gastos online.
Em outras palavras: mesmo que a Amazon esteja indo bem operacionalmente, o ambiente externo pode limitar o entusiasmo dos investidores.
Como eu interpreto esse momento: entre oportunidade e precaução
Depois de analisar tudo isso, minha visão pessoal é a seguinte:
a queda das ações da Amazon antes dos resultados não é motivo para pânico — é parte natural do ciclo de expectativas.
O que me faz manter confiança na empresa é o fundamento de longo prazo:
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crescimento contínuo da nuvem,
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expansão dos serviços de IA,
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base massiva de clientes fiéis,
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e um ecossistema praticamente imbatível.
Mas também acredito que estamos em um ponto em que a paciência é uma virtude.
Quem busca ganhos rápidos pode se frustrar, porque o mercado está em modo de “esperar para ver”. Já quem enxerga a Amazon como uma potência em transformação tecnológica, pode ver essa retração como uma oportunidade de compra estratégica.
Perguntas rápidas sobre o momento da Amazon (FAQ)
1. Por que as ações da Amazon caíram antes do relatório de ganhos?
Porque muitos investidores preferem realizar lucros e reduzir exposição diante da incerteza sobre os resultados. É uma forma de proteger capital antes de um evento potencialmente volátil.
2. A AWS ainda é o motor de lucros da empresa?
Sim. Apesar da concorrência, a AWS continua sendo a principal fonte de rentabilidade da Amazon e o segmento que mais chama atenção dos analistas.
3. A Amazon está investindo em inteligência artificial?
Muito. A empresa lançou plataformas como o Amazon Bedrock e vem reforçando a integração da IA em toda sua estrutura — do varejo à nuvem.
4. Vale a pena comprar ações agora?
Depende. Para o longo prazo, a Amazon segue como uma das empresas mais promissoras do mundo. Mas a curto prazo, a volatilidade pode ser alta.
5. Onde posso acompanhar as notícias e resultados oficiais?
Diretamente no site de Relações com Investidores da Amazon, onde são publicados os relatórios e as transcrições das conferências.
Conclusão: o que vem depois de quinta-feira
À medida que o relógio se aproxima do momento dos resultados, é impossível não sentir a tensão no ar. Eu, pessoalmente, acredito que a Amazon vai continuar mostrando força — mesmo que o mercado reaja de forma imprevisível no curto prazo.
Essa oscilação pré-ganhos não é novidade. É apenas o reflexo de um mercado que exige demais de uma empresa que já entrega tanto.
No fim, o que realmente importa é a direção de longo prazo — e, nesse sentido, eu continuo vendo a Amazon como uma das histórias de crescimento mais poderosas da nossa era.
Se você também acompanha o mercado financeiro, me conta:
👉 Você acha que a Amazon vai surpreender positivamente neste trimestre?
👉 Ou acredita que os altos investimentos em IA ainda vão pesar nos resultados?
Deixe seu comentário abaixo — quero muito saber sua opinião!
E, claro, se esse artigo te ajudou a entender melhor o momento da Amazon, compartilhe com outros investidores e continue acompanhando o blog para mais análises e reflexões sobre o mercado global.

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