Poucas franquias na história dos videogames conseguiram me impactar tanto quanto Silent Hill. Desde a primeira vez que caminhei por aquelas ruas enevoadas e ouvi o som perturbador de uma sirene ao longe, eu sabia que estava diante de algo diferente. Silent Hill não é só um jogo de terror — é uma experiência psicológica, uma viagem sombria pela mente humana.
Ao longo dos anos, a série teve altos e baixos, mas mesmo assim conseguiu deixar uma marca eterna no gênero. E, como fã de carteirinha, resolvi revisitar esse universo e descobrir quais são os 7 melhores jogos da franquia Silent Hill segundo o Metacritic — o famoso agregador de críticas que reúne notas de especialistas e jogadores.
Neste artigo, vou compartilhar não só as notas e curiosidades, mas também minhas impressões pessoais sobre cada título, relembrando momentos que me deixaram arrepiado e, em alguns casos, completamente perturbado.
🕯️ Por que Silent Hill é tão especial para mim
Antes de mergulhar na lista, preciso confessar algo: eu sempre fui mais fã do terror psicológico do que do “susto fácil”. Jogos como Resident Evil me divertiam, mas era Silent Hill que realmente me deixava com o coração acelerado — não por monstros, mas pelo peso emocional e simbólico de tudo.
Cada canto da cidade parece ter uma história triste para contar, cada criatura representa algo mais profundo, e a trilha sonora de Akira Yamaoka é uma aula de ambientação. É aquele tipo de jogo que você termina e fica pensando por dias.
Então, quando descobri o ranking do Metacritic, decidi fazer uma jornada nostálgica e revisitar esses títulos. E posso garantir: alguns envelheceram incrivelmente bem, enquanto outros são uma verdadeira cápsula do tempo.
🎮 Os 7 melhores jogos da franquia Silent Hill segundo o Metacritic
A seguir, você vai conhecer os sete títulos mais bem avaliados da série, suas notas no Metacritic e um pouco do que os torna tão marcantes — tanto para mim quanto para a comunidade gamer.
🩸 7º lugar — Silent Hill: Origins (2007)
Nota Metacritic: 78/100
Plataformas: PSP, PS2
Lembro perfeitamente da empolgação que senti quando Silent Hill: Origins foi anunciado. A ideia de jogar um prequel — uma história que mostraria os eventos antes do primeiro jogo — era irresistível.
O jogo foi lançado originalmente para o PSP, o que por si só já era um desafio técnico, e depois chegou ao PS2. Você controla Travis Grady, um caminhoneiro que acaba se envolvendo com os mistérios da cidade ao tentar salvar uma menina em chamas — sim, Alessa Gillespie, o coração do terror original.
Apesar das limitações do hardware, Origins capturou muito bem a essência da série: névoa densa, puzzles complexos e uma atmosfera opressora.
💬 Minha experiência: Jogar no PSP, com fones de ouvido, foi uma das experiências mais intensas que já tive. Aquela sensação de isolamento — sem ninguém por perto, só o som da chuva e dos passos — era assustadoramente real.
Mesmo sem inovar muito, Silent Hill: Origins é uma homenagem respeitosa às raízes da franquia.
🔪 6º lugar — Silent Hill: Homecoming (2008)
Nota Metacritic: 71/100
Plataformas: PS3, Xbox 360, PC
Muitos fãs torcem o nariz para Homecoming, mas eu confesso: eu gostei. O jogo é mais voltado para a ação, algo que dividiu opiniões, mas a história ainda carrega aquele peso psicológico que define a série.
Você joga como Alex Shepherd, um soldado que retorna à sua cidade natal, Shepherd’s Glen, apenas para descobrir que as coisas estão muito, muito erradas. O enredo se entrelaça com Silent Hill de forma interessante, e a ambientação continua assustadora.
💭 Pergunta comum:
“Silent Hill: Homecoming é realmente um jogo ruim?”
👉 Resposta: Não! Ele apenas tentou modernizar a fórmula, focando mais no combate. Isso afastou os puristas, mas, como experiência isolada, ainda é um ótimo jogo de terror.
O design das criaturas — especialmente o Scarlet Boss — é impressionante, e a trilha sonora de Akira Yamaoka continua impecável.
👁️ 5º lugar — Silent Hill: Shattered Memories (2009)
Nota Metacritic: 79/100
Plataformas: Wii, PS2, PSP
Esse jogo é, para mim, um dos mais subestimados da franquia. Shattered Memories é uma reimaginação do primeiro Silent Hill, mas com uma pegada completamente diferente.
Você controla Harry Mason, novamente em busca de sua filha, mas a jogabilidade muda radicalmente. Não há combate — em vez disso, você precisa fugir das criaturas. E o jogo analisa seu comportamento: suas respostas em diálogos e suas ações influenciam o desenrolar da história.
💬 Minha experiência: Foi assustador e, ao mesmo tempo, fascinante. Saber que o jogo estava “me analisando” me deixou desconfortável, mas de um jeito bom.
Essa abordagem psicológica é o que torna Shattered Memories tão único. É um jogo que mexe com o jogador em um nível pessoal — e poucos jogos conseguem isso.
🌫️ 4º lugar — Silent Hill 4: The Room (2004)
Nota Metacritic: 76/100
Plataformas: PS2, Xbox, PC
Ah, Silent Hill 4. Esse jogo me dividiu na época. Quando saiu, eu esperava algo mais próximo dos títulos anteriores, mas o que recebi foi algo diferente — e, sinceramente, perturbador de uma forma completamente nova.
Você é Henry Townshend, preso dentro de seu apartamento em Ashfield. Há uma única saída: um buraco misterioso no banheiro. O jogo se passa entre o “mundo real” do apartamento e um pesadelo grotesco cheio de simbolismo.
🕳️ Por que ele é especial:
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O conceito do “quarto como prisão” é brilhante.
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O jogo transmite claustrofobia de forma magistral.
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A atmosfera sonora é uma das mais tensas da série.
💬 Minha lembrança mais marcante: O momento em que o “meu próprio quarto”, que parecia um refúgio, começou a se transformar em algo maligno. Poucos jogos conseguiram me causar tanta inquietação.
Apesar das críticas mistas, o tempo foi generoso com The Room. Hoje, ele é visto como uma das experiências mais experimentais e artísticas da franquia.
🕯️ 3º lugar — Silent Hill (1999)
Nota Metacritic: 86/100
Plataformas: PlayStation
O início de tudo. O jogo que definiu o terror psicológico nos videogames.
Lançado em 1999, Silent Hill trouxe uma abordagem completamente diferente do terror de ação de Resident Evil. Aqui, você é Harry Mason, um pai em busca de sua filha, Cheryl, na cidade enevoada e amaldiçoada de Silent Hill.
💬 Minha primeira lembrança: Eu era criança quando vi o jogo pela primeira vez, e lembro de ficar paralisado ao ouvir a sirene tocando pela primeira vez. O gráfico pode parecer datado hoje, mas a atmosfera… essa continua insuperável.
🔍 Por que é um marco:
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Introduziu o terror psicológico e narrativas abertas a interpretação.
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A névoa (criada por limitações técnicas) acabou se tornando um elemento icônico.
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As múltiplas realidades e finais foram revolucionárias para a época.
Mesmo com controles duros e gráficos rudimentares, Silent Hill 1 permanece um clássico absoluto.
👁️🗨️ 2º lugar — Silent Hill 3 (2003)
Nota Metacritic: 85/100
Plataformas: PS2, PC
Silent Hill 3 é, na minha opinião, um dos jogos mais injustamente subestimados pelo público geral. Ele é a continuação direta do primeiro jogo, trazendo Heather Mason, filha de Harry, como protagonista.
O jogo mistura terror psicológico com temas de maternidade, culpa e fanatismo religioso de uma forma pesada e simbólica.
💬 Minha experiência: Foi o primeiro Silent Hill que joguei do início ao fim sozinho, e lembro de pausar várias vezes só para respirar. A ambientação do shopping e do parque de diversões é sufocante, e o design das criaturas é puro pesadelo.
🎧 Curiosidade: A trilha sonora traz algumas das músicas mais melancólicas de Akira Yamaoka — “You’re Not Here” é uma das minhas favoritas até hoje.
Mesmo sendo um pouco mais direto na narrativa, Silent Hill 3 mantém toda a profundidade e o desconforto que fazem da franquia algo tão especial.
🪞 1º lugar — Silent Hill 2 (2001)
Nota Metacritic: 89/100
Plataformas: PS2, Xbox, PC
E aqui está o indiscutível rei do terror psicológico.
Silent Hill 2 não é apenas o melhor jogo da série segundo o Metacritic — é um dos melhores jogos de todos os tempos. Ponto.
Você controla James Sunderland, um homem que recebe uma carta da esposa — morta há três anos — pedindo para encontrá-lo em Silent Hill. A partir daí, começa uma jornada emocional e perturbadora, cheia de metáforas sobre culpa, luto e redenção.
💬 Minha experiência pessoal:
Nunca mais olhei para um espelho da mesma forma depois desse jogo. Cada detalhe — desde os corredores sujos até o comportamento das criaturas — parece refletir o estado mental de James.
O Pyramid Head, o inimigo mais icônico da franquia, não é só um monstro: ele é a personificação do castigo que James acredita merecer. Isso é storytelling em outro nível.
🔍 Por que Silent Hill 2 é uma obra-prima:
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Narrativa complexa e emocionalmente devastadora.
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Design sonoro e visual que transcendem o tempo.
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Personagens profundos e moralmente ambíguos.
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Um dos finais mais impactantes da história dos videogames.
Silent Hill 2 não apenas redefine o terror, mas o usa como espelho da alma humana.
🔦 Bônus: e o remake de Silent Hill 2?
Atualmente, a Konami está preparando o remake de Silent Hill 2, desenvolvido pela Bloober Team. As expectativas estão altíssimas — e, confesso, estou dividido entre empolgação e medo (no bom sentido).
Será que conseguirão capturar a mesma atmosfera e profundidade do original?
Essa é uma pergunta que só o tempo vai responder.
Mas, se fizerem jus à essência do jogo de 2001, podemos estar prestes a ver o renascimento de um dos maiores ícones do terror nos games.
💡 O que Silent Hill nos ensinou
Silent Hill nunca foi sobre “assustar” no sentido tradicional. Ele fala sobre trauma, arrependimento, perda, medo e redenção. É um espelho sombrio da mente humana — e é exatamente isso que o torna tão fascinante.
Ao longo desses anos, revisitar cada título foi mais do que um exercício de nostalgia. Foi um lembrete de como o terror pode ser arte quando é usado para explorar o que há de mais sombrio dentro de nós mesmos.
🔚 Conclusão: o peso emocional da névoa
Depois de revisitar os sete melhores jogos da franquia segundo o Metacritic, chego a uma conclusão simples: Silent Hill é atemporal.
Mesmo com gráficos datados ou jogabilidade travada, o impacto psicológico e emocional continua profundo. É uma franquia que fala diretamente com nossas angústias, nossos segredos e nossos medos mais íntimos.
Se você nunca jogou nenhum título da série, recomendo começar por Silent Hill 2 — ou esperar pelo remake. Mas vá preparado: não é um jogo sobre monstros. É um jogo sobre você.
💬 E você?
Qual é o seu jogo favorito da franquia Silent Hill?
Você concorda com o ranking do Metacritic?
Deixe seu comentário e compartilhe este artigo com outros fãs do terror — porque falar sobre Silent Hill é, no fim das contas, uma forma de enfrentar nossos próprios fantasmas.
🧩 Referência:
Metacritic — Lista completa de jogos Silent Hill
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